Aristóteles - BIOGRAFIA
Aristóteles nasceu por volta de 384/383 a. C., em Estagira, cidade da Macedônia fundada por colonos gregos, e faleceu em 322 a. C. Seu pai se chamava Nicômaco, era médico renomado que teve como cliente o rei Felipe da Macedônia. Perdeu seu pai muito cedo.
Por volta dos 17/18 anos de idade, Aristóteles mudou-se para Atenas onde ingressou na Academia de Platão onde amadureceu e consolidou a própria vocação filosófica de modo definitivo, tanto que permaneceu na Academia por vinte anos, enquanto Platão viveu. Na Academia, Aristóteles conheceu os mais famosos cientistas da época, a começar pelo célebre Eudóxio, o qual, provavelmente era a personagem mais influente na Academia, justamente nos primeiros anos em que Aristóteles a frequentou, período em que Platão encontrava-se na Sicilia. É certo que, durante os vinte anos passados na Academia, Aristóteles assimilou os princípios platônicos em sua substância, defendendo-os em alguns escritos e, ao mesmo tempo, submetendo-os a prementes críticas, tentando encaminhá-los para novas direções.
Com a morte de Platão (347 a.C) e em decorrência de sua grande competência, Aristóteles deveria assumir o lugar de seu mestre na Academia. No entanto, isso não ocorreu, pois os atenienses o consideravam um estrangeiro. Aristóteles deixou, então, Atenas e foi para Axos, na Ásia Menor, e , em seguida , para Metilene , em Lesbos (ilha grega localizada no noroeste do mar Egeu), associando-se a Teofrasto e dedicando-se, nesse período, a pesquisas de ciências naturais, adquirindo quantidade considerável de dados biológicos.
Aristóteles tinha boa reputação junto ao rei Filipe, da Macedônia que o chama, em 343 a.C para ser professor do filho Alexandre, ou seja, do personagem destinado a revolucionar a história grega e que estava então com treze anos de idade. Infelizmente, sabemos pouco se sabe sobre as relações que se estabeleceram entre os dois excepcionais personagens (um dos maiores filósofos e um dos maiores políticos de todos os tempos), que o destino quis ligar.
É certo que, embora tenha compartilhado a ideia de unificar as cidades gregas sob o cetro macedônico, Aristóteles, de certo modo, não compreendeu a ideia de helenizar os bárbaros e igualá-los aos gregos. Nesse campo, o gênio político do discípulo descerrou perspectivas históricas muito mais novas e audazes das que as categorias políticas do filósofo permitiam-lhe compreender, uma vez que eram categorias substancialmente conservadoras e, sob determinados aspectos, até reacionárias. Com a ajuda de Alexandre, Aristóteles conseguiu organizar uma grande biblioteca sobre as constituições das cidades gregas e sobre os costumes bárbaros, bem como sobre a história dos animais.
Aristóteles permaneceu na corte macedônica até Alexandre subir ao trono, isto é, até por volta de 336 a.C (mas também é possível que, depois de 340 a.C., ele tenha voltado para Estagira, estando Alexandre já ativamente empenhado na vida política e militar).
Finalmente, em 335/334 a.C., Aristóteles voltou ara Atenas, alugando alguns prédios próximos a um pequeno templo sagrado dedicado a Apolo Lício, de onde provém o nome “Liceu” dado à Escola. E como Aristóteles ministrava seus ensinamentos passeando pelas veredas do jardim anexo aos prédios, a Escola também foi chamada de “Perípato” (do grego peripatós, “passeio”), e seus seguidores denominados “peripatéticos”. Assim, o Perípato (ou Liceu) se contrapôs à Academia, inclusive ofuscando-a inteiramente por certo tempo. Foram esses os anos mais fecundos de Aristóteles, o período que viu o acabamento e a grande sistematização dos tratados filosóficos e científicos que chegaram até nós.
Em 323 a. C. , com a morte de Alexandre, houve forte reação antimacedônica em Atenas, na qual Aristóteles foi envolvido, réu de ter sido mestre do grande soberano (formalmente, foi acusado de impiedade, por ter escrito em honra de Hérmias um poema que só seria digno de um deus). Para fugir de seus inimigos, retirou-se para Cálcis, na ilha de Eubeia, na Grécia, onde possuía bens imóveis maternos, deixando Teofrasto na direção do Liceu.Faleceu em 322 a.C., depois de poucos meses de exílio.
Para Aristóteles, a morte de Sócrates havia sido um grande pecado contra a Filosofia. Consta que, ao abandonar Atenas, ele se pronunciou dizendo que, com esse ato, evitava que os atenienses “pecassem duas vezes contra a Filosofia”.
Fonte:
REALI, Giovanni. História da filosofia: Filosofia pagã antiga. v.1. São Paulo: Paulus, 2003.
VASCONCELOS. Ana. Manual compacto de filosofia. 1 ed. São Paulo: Rideel, 2010.
